domingo, 13 de novembro de 2011

Governo americano vai investigar Twitter de membros do WikiLeaks


Até o momento, três usuários supostamente ligados à organização sueca tiveram seus endereços de IP invadidos e estão sendo investigados.
Twitter WikiLeaks

Um juiz federal aprovou nesta quinta-feira (10/11) uma ordem que determina que o Twitter forneça informações de seus usuários para agentes do governo americano que trabalham no caso do WikiLeaks.

Até o momento são três os investigados: Birgitta Jónsdóttir, que faz parte do parlamento da Islândia; Jacob Appelbaum, que trabalhava como voluntário no WikiLeaks; e Rob Gonggrijp, que havia se mostrado contrário a decisões anteriores da juíza americana, Theresa Carroll Buchanan.

Todos tiveram seus endereços IP invadidos sem serem avisados, e abordaram a situação em suas respectivas contas do microblog. O holandês Gonggrijp criou um post em seu blog, no qual afirma que tal decisão do juiz é um golpe contra a privacidade na internet.

"Para mim, as consequências dessa decisão são extremamente limitadas. Existem princípios maiores em jogo e, nesse caso, essa decisão não contribuiu para manter a privacidade no mundo on-line", afirmou.

Enquanto isso, Jonsdottir produziu um artigo para a Fundação Electronic Frontier (EFF), no qual fala a respeito da condenação. "Com esta decisão, o tribunal está dizendo a todos os usuários que utilizam ferramentas on-line que o governo dos Estados Unidos terá acesso até mesmo aos seus dados mais secretos".

Já o americano Appelbaum declarou: "Hoje estamos perdendo a fé no sistema de justiça'".

O caso começou em janeiro deste ano, quando o governo dos EUA intimou o Twitter a entregar possíveis mensagens privadas ("Direct Messages", em inglês) entre Julian Assange, fundador do WikiLeaks, e outros membros da organização. A EFF, a União Americana pelas Liberdades Civis e os advogados de defesa do WikiLeaks contestaram a intimação. Em março, porém, um juiz permitiu que o governo americano acessasse as contas como parte da investigação.

As apelações feitas pelas organizações foram rejeitadas nesta quinta-feira pelo juiz Liam O'Grady, do Tribunal Distrital dos Estados Unidos, em Alexandria, no estado da Virgínia. O juiz afirma, num documento de 60 páginas, que os usuários do Twitter devem entregar "voluntariamente" seus endereços de IP no momento em que se inscrevem no micro-blog. Logo, concordam com os termos e condições do site.

A Política de Privacidade do Twitter afirma que "pode-se divulgar informações sobre uma determinada conta quando acredita-se que isso seja razoavelmente necessário para cumprir uma lei, regulamentação ou requisição legal."

Procurados para responder sobre o caso, representantes do Twitter não comentaram a decisão.

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